Quem nunca viu a avó deixando o feijão de molho por horas antes de ir para a panela? Quando perguntava o motivo a resposta era sempre a mesma: “Para cozinhar mais rápido”. No entanto, alguns outros benefícios eram percebidos e a ciência agora prova as vantagens em deixar o feijão de molho.
Quem comprovou que nossas avós estavam certas em deixar o feijão de molho foram cientistas de Embrapa e do Centro de Pesquisa em Alimentos da USP.
Eles afirmam que o processo de remolho(nome técnico dado à prática de deixar o feijão de molho), além de acelerar o processo de cozimento e reduzir gases, melhora a absorção de vitaminas e minerais porque reduz a presença de antinutrientes.
Antinutrientes são compostos presentes em alimentos, especialmente nos de origem vegetal, que prejudicam a digestão e a absorção de nutrientes, podendo também provocar gases e desconforto intestinal.
A proteína e os minerais ficam presos a esses compostos e não conseguem ser absorvidos pelo organismo.
Assim, esses antinutrientes atuam como “sequestradores” de nutrientes.
É aqui que entra a importância de deixar o feijão de molho ou remolho. Os pesquisadores perceberam a maior redução de fitatos (antinutriente) nos casos em que o feijão ficou de molho.
Lave os grãos em água corrente e escorra. Num recipiente, cubra os grãos com água de forma a deixá-los totalmente submersos.
A água deve ficar no dobro da altura dos grãos, pois eles incham durante a hidratação.
Deixe descansar pelo tempo médio de 8 a 12 horas. Por fim, é só escorrer, lavar os grãos novamente e levar para a panela com os temperos da sua preferência.
Pesquisadores da Embrapa destacam que o tempo necessário para hidratação varia de acordo com o tamanho e a espessura da casca do grão. Para o feijão comum, a maior parte dos estudos indica um tempo de 8 a 12 horas de remolho, com uma troca de água, antes do cozimento.
