“Eu conheço uma mulher que se achava linda (e de fato é linda), mas que passou a odiar a própria aparência depois de se relacionar com um homem que a comparava com outras mulheres.”
Ei, você, leitora querida, que sobreviveu a uma ou várias relações abusivas, este texto é para você. Aqui, eu sou a porta-voz das mulheres que existem em você e que foram, de certa forma, feridas ou aniquiladas naquele(s) relacionamento(s).
Primeiramente, eu peço que você libere perdão a si mesma por tudo o que lhe aconteceu de ruim, eu sei que a gente carrega muitas culpas, porém, a partir do momento em que entendemos que naquele momento estávamos sem imunidade emocional, somos capazes de nos perdoar e nos abraçar.
Vou direto ao ponto: qual a sua versão mais machucada nos seus relacionamentos: a sua versão vaidosa? A sua versão sonhadora? A sua versão artística? A sua versão sensual? A sua versão empreendedora? A sua versão dançarina? A sua versão escritora? A sua versão extrovertida? Carregamos muitas mulheres dentro de nós e, nas relações abusivas, algumas saem mais feridas que as outras, a depender do perfil do parceiro abusador.
Eu conheço uma mulher que se achava linda (e de fato é linda), mas que passou a odiar a própria aparência depois de se relacionar com um homem que a comparava com outras mulheres, sempre a colocando numa posição inferior. Ela alisou os cabelos, fez dietas agressivas, malhou até adquirir uma lesão na coluna, tudo para impressionar o embuste. Mas ele a trocou por uma mais jovem, e ela nunca mais foi a mesma.
Permita que elas dancem, permita que elas se pintem, permita que elas cantem, que elas escrevam, permita que elas gargalhem. Diga a elas que ninguém, nunca mais, vai feri-las. Abrace-as, diga o quanto elas são lindas e maravilhosas. Peça perdão a elas pelo tempo de cativeiro. Diga-lhes que o Sol nasceu para elas e que nunca mais terão de se encolher para se adequar às regras de ninguém.