Uma relação feliz é quando não há tapete para se esconder nada. Nenhuma história mal contada, nenhuma mensagem, nenhuma palavra não dita, nenhuma lágrima ou riso disfarçado.
A gente acorda, vive o dia, dorme e é a mesma pessoa o dia todo, porque não tem necessidade de inventar personagem.
Não tem coisa escondida na gaveta das meias, nem debaixo do colchão. Nem se pede para a mãe guardar na casa dela aquela caixa, ou aqueles papéis, ou aquelas cartas e fotos. Não se precisa ficar imaginando uma história para esconder a verdade ou ter medo de falar enquanto está dormindo.
Não tem nada que possa ser encontrado, algo que tenha feito ou que aconteceu e que alguém se lembre e que nos deixe em maus lençóis.
Não se tem medo de andar em lado nenhum, nem de encontrar quem quer que seja. Não é preciso manter na agenda de contatos suplentes, caso tudo dê errado. Não tem vida dupla. Não se suspira pelo que passou, nem fica a desejar estar em outros braços.
Não se esconde nada para depois nem se procura ficar em vantagem como seguro, caso alguma coisa aconteça.
Sendo assim, não se quer ser o mais inteligente nem o mais esperto. Não se reclama, vai-se e faz. Não se enche de defeitos o outro para sentir-se bem, busca-se ser melhor, pelo simples fato de que faz parte da equipe e estar bem é o melhor que se pode fazer.
Não se usa o outro. Não existem objetivos só seus.
A gente mergulha consciente de que saber nadar não é certeza, mas ficar à margem com um pé dentro e outro cá fora não serve mais.
Uma relação feliz é aquela em que a gente pode adormecer num abraço sincero e acordar no meio da noite com receio de estar machucando com o nosso peso, trocar de ser abraçado para ser o que abraça e aconchega no peito porque viver um amor bem resolvido é assim.